Dentre os nossos sentimentos todos, a saudade está entre aqueles que mais expõem a nossa impotência diante do poderoso tempo. A vontade de voltar o relógio, o calendário, começa ainda na juventude e nos segue em todo o sempre.
Olhando para trás, vez por outra nos vem a saudade de um tempo em que não percebíamos o tempo. Tempo em que acreditávamos que o futuro era apenas o porvir de sonhos por realizar, sonhos que pensávamos estivem sob o nosso domínio e determinação.
Saudade! Saudade da infância, de certos vizinhos, do tempo da timidez, do tempo da “ignorância”, de uma determinada festa, daquela oportunidade de um desabafo, de um abraço solidário, de uma música especial, do colo de mãe, de determinadas tardes de domingo...
A saudade quando se faz forte move-se em nós de uma forma intensa e às vezes nos faz bem e noutras nos faz mal. Desejada ou não, ela se faz presente em momentos inesperados, despertada por pequenos detalhes. Queiramos ou não, a saudade tem o poder de nos seduzir (com menor ou maior frequência) de forma inevitável.
A saudade como uma espécie de reciclagem do passado abre conclusões e lições para o presente. A saudade sempre vale a pena se vivenciada de forma equilibrada, na medida do aprendizado, do reconstituir da história, abrindo possibilidades de percepções, revisões e retomadas que façam do presente o melhor lugar do mundo.
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